
Ex-presidente da Bolívia segue recluso na região de Chapare, sob risco de prisão por acusação de tráfico de menores. // Evo Morales
Porto Velho, RO - O ex-presidente boliviano Evo Morales (foto) foi excluído da eleição presidencial marcada para agosto de 2026. O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) anunciou nesta terça-feira, 20, que ele não conseguiu registrar sua candidatura dentro do prazo.
A tentativa de Morales foi feita por meio do Partido de Ação Nacional Boliviano (Pan-Bol), sigla sem status legal desde o início do mês, após não alcançar 3% dos votos na eleição de 2020. Segundo o secretário da Câmara do TSE, Luis Fernando Arteaga, partidos sem reconhecimento jurídico não podem registrar candidatos.
Morales aderiu ao Pan-Bol às pressas, após romper em fevereiro com o Movimento ao Socialismo (MAS), atualmente controlado pelo presidente Luis Arce, seu ex-aliado.
A revogação da pessoa jurídica do Pan-Bol também atingiu a Frente Para a Vitória (FPV), pelas mesmas razões.
Sem comentar oficialmente o caso, Morales permanece recluso na região de Chapare, sob risco de prisão por uma acusação de tráfico de menores que ele nega. A Justiça também já havia barrado sua candidatura com base no limite constitucional de dois mandatos presidenciais. Ele governou o país de 2006 a 2019.
Cenário eleitoral
Até a noite de segunda-feira, dez partidos e frentes registraram candidaturas.
O presidente do Senado, Andrónico Rodríguez, próximo de Morales e líder nas pesquisas, tenta concorrer pela Aliança Popular, mas ainda aguarda decisão da Justiça Eleitoral.
O MAS será representado por Eduardo del Castillo, ex-ministro do governo Arce, que optou por não disputar a reeleição. Entre os principais nomes da oposição estão o empresário social-democrata Samuel Doria Medina e o ex-presidente Jorge Quiroga, além de ex-militantes do MAS e candidatos de centro e direita com menos expressão.
Risco de prisão
Com medo de ser preso, o ex-presidente não sai da região do Trópico de Cochabamba desde outubro do ano passado.
Ele conta com a proteção de plantadores de coca, base de sua influência política e sindical.
No ano passado, o Ministério Público boliviano emitiu uma ordem de captura por abuso de uma menor durante seu mandato.
Morales foi acusado de ter tido um filho com uma adolescente em 2017. Ela tinha entre 14 e 16 anos na ocasião.
Fonte: O Antagonista
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