
Ditador venezuelano fala em “ameaça externa” e anuncia "284 frentes de batalha" no país. // Foto: Divulgação/Governo da Venezuela
Rondônia - O regime chavista da Venezuela ativou, na madrugada da última quinta-feira, 11, a operação “Independência 200”, informou o governo de Nicolás Maduro em pronunciamento transmitido pela televisão estatal. O plano mobiliza Forças Armadas, corpos policiais, milícias bolivarianas e trabalhadores públicos, no que Caracas descreve como resposta aos Estados Unidos.
Maduro afirmou que a ação foi deflagrada diante de uma “ameaça” externa motivada pelo deslocamento de navios e aeronaves americanas no Caribe. Segundo ele, o movimento inclui oito navios militares — entre eles embarcações com mísseis e um submarino nuclear — e o envio de dez aviões F-35 a uma base em Porto Rico.
O ditador qualificou o conjunto de ações como um “cerco” e afirmou que elas buscam uma “mudança de regime” na Venezuela. Em transmissão pela Venezolana de Televisión (VTV), disse ainda:
“Esses mares, esta terra, esses bairros, essas montanhas, essas imensidões e as riquezas dessas terras pertencem ao povo da Venezuela, jamais pertencerão ao império norte-americano.”
Mobilização e alistamento
A operação, segundo o regime chavista, foi organizada em “284 frentes de batalha” em todo o país, e cobrem instalações petrolíferas, aeroportos, serviços públicos e pontos fronteiriços.
Maduro afirmou que o objetivo é “defender a paz e a estabilidade, fixando as posições para estar preparados para a luta armada se fosse necessário”.
Ele também anunciou a mobilização de navios e o alistamento da Milícia Bolivariana, que, segundo ele, reúne cerca de 4,5 milhões de voluntários e complementa cerca de 200 mil efetivos regulares das Forças Armadas.
Em seu discurso, disse que “toda a força militar da Força Armada Nacional Bolivariana e sua capacidade de fogo” está mobilizada.
Maduro convocou reservistas, milicianos e voluntários a participarem de treinamentos em 312 quartéis e unidades militares espalhadas pelo país. O exercício, disse, abrangerá o “emprego de sistemas de armas, organização de operações” e o desenvolvimento de habilidades para atuação “durante o dia, a noite e de manhã cedo”.
“Quem chamar para bombardear ou invadir o país é um traidor ou uma traidora da pátria e tem que ser julgado de maneira imediata, esteja onde estiver.”
Maduro e o Cartel de Los Soles
Os Estados Unidos anunciaram em 25 de julho a designação do Cartel de Los Soles, da Venezuela, como apoiador de “organizações terroristas estrangeiras”.
Em publicação no X, o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental acusou o ditador Nicolás Maduro de gerenciar o cartel que financia o grupo criminoso venezuelano Trem de Aragua e o cartel mexicano de Sinaloa.
“Os Estados Unidos estão sancionando o Cartel de Los Soles, sediado na Venezuela, por apoiar as organizações terroristas estrangeiras Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa, designadas pelos EUA.
Gerenciado pelo ditador Nicolás Maduro, esse grupo apoia terroristas que invadem nosso país para traficar drogas, enriquecer e infligir violência às comunidades americanas. Com essa designação, os Estados Unidos usarão todos os recursos à nossa disposição para impedir que Maduro continue lucrando destruindo vidas americanas e desestabilizando nosso hemisfério”.
Na prática, a decisão do governo americano permite o congelamento de bens de membros do cartel que estejam sob a jurisdição americana ou em bancos internacionais que cooperem com os EUA.
O governo americano também aumentou de 25 milhões de dólares para 50 milhões de dólares a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro.
Fonte: O Antagonista
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