Capacitação contou com demonstração prática do uso da casca e ramas de mandioca para alimentação das vacas leiteiras
Rondônia - Produtores de leite na comunidade Morrinhos e proximidades do assentamento Joana D’arc, no município de Porto Velho participaram de uma capacitação com demonstração prática do uso da casca e ramas de mandioca, para alimentação das vacas leiteiras. A atividade técnica educativa ajuda as famílias na alimentação dos animais e na continuação de atividade leiteira, no período de escassez de pastagem por causa da estiagem severa ou de seca extrema. O trabalho, parte das ações do Projeto Consultec, concebido pelo governo de Rondônia para apoiar o desenvolvimento da pecuária leiteira, é executado pela Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO) foi realizado na segunda-feira (19).
O Consultec é uma consultoria técnica desenvolvida por especialistas que atuam diretamente na assistência técnica às famílias produtoras de leite, orientando os produtores em práticas que resultem em melhorias da produtividade e na redução dos custos de produção.
RESÍDUOS DE MANDIOCA
O responsável pelo projeto Consultec no escritório local da Emater-RO, em Porto Velho, Jose Renato Alves, é zootecnista e mestre em bovinocultura leiteira e tem se dedicado em orientar os agricultores familiares a solucionar o problema da falta de pastagem para a alimentação do rebanho, utilizando técnicas para aproveitamento de resíduos, muitas vezes desperdiçado nas propriedades dos agricultores, e também nas pequenas fábricas de farinha de mandioca da região.
Resíduos de mandioca pode substituir até 70% do milho usado na ração
De acordo com o responsável pelo projeto, a parte aérea da planta de mandioca, chamada de maniva, ou simplesmente de ramas, se constituem em excelente alimento ao rebanho leiteiro, desde que processado adequadamente na forma de feno, silagem ou mesmo no fornecimento in natura. A mandioca e seus subprodutos podem substituir até 70% do milho utilizado na alimentação dos animais, por ser um alimento essencialmente energético, mas que pode ser muito rico em proteína, pois suas folhas podem alcançar até 28% de proteína, mas em geral apresenta um teor de proteína de 15 a 20%.
O casal de produtores de leite, Camile e Jose de Lima na estrada do Assentamento Joana D’arc, , estavam com dificuldades para continuar produzindo queijos, principal atividade econômica da família. “Depois que aprendemos a processar os resíduos da mandioca, desidratando, triturando e produzindo uma farelada para fornecer no cocho para as vacas, os animais responderam com mais vigor e produção de leite, aumentando a produção em mais de 30%, passando de uma produção de 60 para 80 litros de leite dia”, evidenciaram.