
Rondônia - Reafirmando seu compromisso com a promoção da inclusão e do respeito à neurodiversidade, o Ministério Público de Rondônia (MPRO) realizou nesta quarta-feira (30/4) evento destinado ao público interno sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA). A atividade teve como objetivo ampliar o conhecimento sobre o tema, estimulando práticas mais acolhedoras e acessíveis no ambiente organizacional e na sociedade.
A atividade, realizada em modelo híbrido - presencial e online -, ocorreu em referência ao “Abril de Conscientização sobre o Autismo”, tendo sido promovida pela Instituição, por meio da Secretaria-Geral, sob a organização da Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP).
Na palestra intitulada “Autismo: Compreender para Incluir”, a psicóloga Talyta Soares apresentou o conceito de autismo como sendo o transtorno do neurodesenvolvimento em que são apresentadas alterações na comunicação, socialização e comportamentos repetitivos e restritos. “Não é uma doença. Não tem cura. Todas as intervenções que temos hoje são para dar qualidade de vida e autonomia a essas pessoas, e não para ‘normalizá-las’”, disse.
Em uma abordagem que priorizou o respeito às diferenças, a palestrante destacou que, à luz dos estudos mais recentes, não se busca impor características consideradas de pessoas neurotípicas àquelas no espectro do autismo. “Nosso objetivo é intervir apenas nos prejuízos que impactam diretamente a vida da pessoa autista e de quem convive com ela”, afirmou, enfatizando a importância de garantir a valorização das potencialidades de cada indivíduo.
Talyta Soares discorreu sobre os sinais do espectro autista, o diagnóstico na infância e a identificação tardia do transtorno, buscando conscientizar o público sobre a amplitude desses traços, como forma de evitar arquétipos, modelos padronizados, que tendem a reduzir a pessoa autista a um conjunto limitado e fixo de características, como se todos fossem iguais.
A palestrante discorreu ainda sobre evolução de tratamentos, a superação de barreiras e a importância da sensibilização da sociedade para a questão.
Roda de Conversa - O evento também oportunizou a realização da roda de conversa com o tema “Impactos no Diagnóstico”, que teve com mediadora a psicóloga Thábata Rodrigues como expositores de vivências pessoais a servidora Bárbara Ramos e o professor e secretário municipal de Meio Ambiente, Vinícius Miguel.
O grupo falou sobre maternidade e desafios de famílias atípicas, empregabilidade, preconceito e superação. “A neurodivergência existe e resiste em todos os lugares”, disse a psicóloga, ao afirmar que os diagnósticos atingem uma a cada 31 crianças, atualmente.
“Cada um de nós podemos ter, se não o diagnóstico próprio, um sobrinho, um tio, um amigo ou colega de trabalho que seja autista. O espectro é muito amplo. Precisamos considerar a neurodiversidade como realidade da sociedade em que vivemos”, enfatizou.
Realizada no auditório do MPRO, a atividade teve a presença do subprocurador-geral de Justiça Administrativo, procurador de Justiça Marcelo Lima de Oliveira; do secretário-geral, promotor de Justiça Tiago Lopes Nunes; além do diretor da DGP, Francisco Carlos Andrade, e da chefe do Departamento de Desenvolvimento de Pessoas, Amanda Bruno.
“Iniciativas como essa são fundamentais para construir um ambiente institucional mais sensível às diferenças, contribuindo não apenas para o bem-estar de todos, mas também para uma atuação mais humana, ética e comprometida com os direitos”, disse o subprocurador-geral de Justiça Administrativo, Marcelo Lima de Oliveira.
A ação reuniu membros, servidores, estagiários e colaboradores da Instituição, que, além de ouvirem especialistas da área, puderam trocar experiências sobre inclusão no ambiente de trabalho e na sociedade.
Fonte: Gerência de Comunicação Integrada (GCI)
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